Paraná vai antecipar campanha da gripe
Paraná vai antecipar campanha da gripe e também deve oferecer vacina contra a dengue
O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, anunciou nesta sexta-feira (1º) que o Paraná vai antecipar para o dia 25 de abril o início da campanha de vacinação contra a gripe no Estado. Caputo Neto revelou ainda detalhes sobre a intenção do Governo do Paraná em adquirir por conta própria vacinas contra a dengue para oferta na rede pública de saúde.Os anúncios foram realizados em Curitiba, durante coletiva de imprensa no gabinete do secretário. O objetivo foi fazer um balanço dos resultados alcançados pela pasta, após uma série de audiências com autoridades de saúde em Brasília nesta semana.
Com a antecipação da campanha, os paranaenses terão mais cinco dias para serem imunizados contra os vírus da gripe. A medida deve ser tomada também pelos outros Estados do Sul. Segundo o Ministério da Saúde, a campanha nacional deve começar apenas no dia 30 de abril.
“Tendo em vista a queda nas temperaturas e o aumento no número de casos de gripe em São Paulo, entendemos que era necessário iniciar a campanha mais cedo. Para viabilizar isso, tivemos que lutar por mais doses em Brasília e organizar um amplo processo de logística para a distribuição da vacina no Paraná”, ressaltou Caputo Neto, que foi o interlocutor dos Estados do Sul na reunião com representantes do ministério nesta quinta-feira (31).
No dia 25 de abril, o Paraná já terá recebido 48% do total de doses previstas para todo o período de imunização. O restante virá em lotes enviados semanalmente pelo Ministério. Até 20 de maio, data estipulada para o término da campanha, o Estado deve vacinar 2,9 milhões pessoas.
Assim como no ano passado, terão direito à vacina gratuita: idosos (+60 anos), crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, mulheres com pós-parto de até 45 dias (puérperas), doentes crônicos, profissionais de saúde, indígenas, trabalhadores e detentos do sistema prisional.
Segundo o coordenador estadual de Imunização, João Luis Crivellaro, a meta é vacinar 80% deste público-alvo, mas o Paraná espera atingir uma cobertura vacinal próxima a 95% e 98%. “Historicamente, somos sempre um dos primeiros Estados a atingir esta meta. Neste ano, queremos alcançar esses índices o mais cedo possível, garantindo a imunização dos grupos prioritários de forma mais precoce”, ressaltou.
A vacina demora pelo menos duas semanas para fazer efeito. Ela é eficaz contra os três tipos do vírus da gripe mais circulantes no país: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. Em adultos, a dose é única. Já para crianças, é preciso completar o esquema vacinal de duas doses para que o imunobiológico conceda a proteção desejada.
VACINA DA DENGUE – Na coletiva de imprensa desta sexta, o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, informou também que o Estado do Paraná deverá oferecer gratuitamente, a partir de junho, uma vacina pioneira contra a dengue na rede pública de saúde. As doses serão adquiridas com recursos próprios do governo estadual, visto que a União – responsável pelo programa de imunização - ainda não sinalizou a inclusão da vacina no calendário básico do SUS.
Cerca de R$ 25 milhões já foram reservados no orçamento do Estado para este fim, conforme determinação do governador Beto Richa. “Ainda não sabemos quanto vamos investir na aquisição das vacinas, pois aguardamos uma definição da Anvisa em relação ao preço que poderá ser praticado pelo fornecedor para as doses comercializadas no país”, explicou Caputo Neto.
Essa definição deve sair em breve, segundo informações da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. “Esperamos que esse processo de precificação seja finalizado nos próximos trinta dias. Hoje, esse é o principal impedimento para que façamos a compra imediatamente”, detalhou o secretário.
Tão logo seja estabelecido o preço máximo da vacina, o Estado dará andamento às negociações com a indústria farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, produtora da única vacina contra a dengue devidamente registrada no Brasil. Na primeira etapa, o Paraná pretende adquirir 500 mil doses.
Estudos realizados pelo Sanofi revelam que a aplicação da vacina em larga em escala reduz em até 93% o número de casos graves de dengue. A medida também tem impacto direto no número de internações, que podem cair em cerca de 81% em locais com campanhas de vacinação.
A vacina tem eficácia comprovada de 66%, protegendo contra os quatro subtipos do vírus da dengue (DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4). “No Paraná, essa porcentagem poderá ser ainda maior, pois a vacina é extremamente eficaz contra os vírus DENV 1 e DENV 4, que mais circulam no Estado”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira.
No momento, a Secretaria da Saúde está avaliando quais grupos prioritários serão beneficiados pela nova vacina. De acordo com a empresa produtora, a indicação de uso é para pessoas com idade entre nove e 45 anos. Além disso, serão levados em conta aspectos epidemiológicos, como o grau de exposição das pessoas, o número de casos da cidade, a faixa etária e os grupos de risco, que evoluem com mais frequência para a forma grave da doença.
Para o diretor-geral da Secretaria da Saúde, Sezifredo Paz, a decisão de disponibilizar a vacina contra a dengue na rede pública é uma medida essencial para conter o avanço da doença no Estado. “Além de proteger o cidadão que receberá a dose, a vacina beneficia toda a população, pois diminui a circulação viral nos municípios atendidos”, conclui.Fonte: SESA/PR